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sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Sinto.

Não tenho feições delicadas, tampouco sou delicada. Bruta, grossa, estúpida. Mas sinto. Sinto não saber o que dizer, sinto não demonstrar, sinto não me fazer entender. Entender que nem sempre fui assim, grossa, bruta e estúpida. Meus olhos marejados de tanto sentir e não conseguir transceder, são prova do que vejo, do que desejo ver e nunca vou ver, do que preciso ter e nunca vou ter. Os sonhos já não são mais sonhos, são utopias. Distância. O que vejo são meras ilustrações do desejo de ser feliz. A concreticidade não existe. Mas ainda assim, sinto. Do fundo do meu ser esdrúxulo, estúpido e indelicado: sinto mais do que queria, demonstro menos do que deveria. 

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